Método de Avaliação Relativa

A Avaliação Relativa (ou por Múltiplos) consiste na avaliação do ativo a partir da análise de como o mercado precifica ativos considerados comparáveis. Dentre as principais vantagens do método, temos sua simplicidade e a facilidade de uso. Entretanto, a análise do resultado pode ser equivocada se não houver cuidado em sua interpretação. Nesta unidade, serão apresentadas as etapas do processo da Avaliação Relativa, com exemplos correspondentes. Etapas do processo de avaliação relativa

Etapa 1

O processo de Avaliação Relativa começa com a identificação dos ativos comparáveis, a apuração de valores de mercado desses ativos (cotações) e informações contábeis que serão utilizadas na avaliação.

A definição e seleção de ativos comparáveis nem sempre é trivial, pois à medida que nos esmeramos na busca de ativos com características mais próximas possíveis, podemos incorrer em uma drástica redução no tamanho da amostra, o que, do ponto de vista estatístico, empobreceria o estudo.

Outro ponto fundamental seria a padronização de dados contábeis. Sempre que possível, o ideal seria que a pesquisa de dados fosse efetuada utilizando o mesmo padrão contábil, mais especificamente os padrões IFRS e US GAAP. Apesar de similares, tais padrões contábeis podem gerar múltiplos distintos para uma mesma empresa, o que poderia impactar negativamente na comparação dos índices dentro de um mesmo segmento.

Etapa 2

O segundo passo é transformar esses valores e informações contábeis em índices, medidas padronizadas, também denominadas de múltiplos de mercado.

São diversos os múltiplos que podemos gerar para comparação de empresas. De forma geral, os múltiplos são a razão, entre alguma medida de como o Mercado está precificando a empresa no momento da avaliação e alguma informação contábil como o lucro ou o valor patrimonial das ações.

Os múltiplos mais populares na avaliação de empresas são: Preço-Lucro, Preço-Valor Contábil, Preço-Vendas e EV-EBITDA, sendo aplicados comumente aos mais diversos setores da economia. Existem também múltiplos mais específicos para determinados segmentos, como o Preço-m2 e o Preço-Aluguel, uitilizados na avaliação de imóveis, ou o EV-Toneladas de Aço Produzidas por Ano, usado no setor siderúrgico ou ainda o EV-Barris de Petróleo, utilizado no segmento de Óleo & Gás.

Etapa 3

A última etapa é a comparação dos múltiplos com os ativos analisados. Como dissemos anteriormente, na avaliação de empresas, os índices mais utilizados são:

  • Preço-Lucro;
  • Preço-Valor Contábil;
  • Preço-Vendas e
  • EV-EBITDA.

Esses múltiplos nem sempre geram conclusões similares na avaliação. É possível que um índice aponte a sub valorização, enquanto o outro indique a sobrevalorização do mesmo ativo. Nesses casos o analista devera optar pelo múltiplo mais adequado para cada tipo de empresa. Geralmente o Preço-Lucro é um múltiplo mais adequado para empresas que se encontrem na fase de maturidade, enquanto que, para empresas nascentes ou que se encontrem no inicio do ciclo de vida, o múltiplo mais recomendado é o Preço-Vendas. O Preço-Valor Contábil na avaliação de Instituições Bancarias e gera bons resultados na analise de empresas intensivas em capital. O EV-EBITDA é um múltiplo que nos últimos anos ganhou bastante reconhecimento no Mercado, e segue a mesma lógica do Preço-Lucro. A vantagem do EV-EBITDA, quando comparado ao Preço-Lucro, é sua maior consistência (o EBITDA de uma empresa é geralmente menos errático que o Lucro Líquido), o que estende seu uso para empresas que se encontram na fase de crescimento no ciclo de vida além das empresas maduras.

Comments